quinta-feira, 16 de junho de 2011

acostumar-se a uma nova cultura, a questão é essa. porque você chega e as pessoas não pensam da mesma maneira que você. há quem considere que o façam melhor ou pior, mas acho que não é bem o caso. é só um pensamento diferente. o fato de ter transporte público, os impostos que vão pro lugar certo (e a seu favor) e tudo mais, levam a consciência terceiro-mundista, com complexo de inferioridade, a pensar que é pior. fosse o brasil bem estruturado e organizado, talvez não existisse jeitinho brasileiro e a malemolência toda; o clima, esse sim é determinante, não há do que duvidar. enfim, hipóteses que não podem ser concretizadas além do campo do incerto.

tudo isso pra dizer que isso aqui não tem muito sentido pra mim. sem dramas maiores, falo deste espaço apenas, não da vida em geral -- que continua sem sentido algum, mas vai bem, obrigado. não é o momento de ficar procurando picuinhas e diferencinhas culturais, salpicando certa dose de humor aqui e ali. vai além e não cabe aqui, por mais que eu ainda não conheça o rumo dessas coisas.

em poucas palavras: não consigo levar isto adiante da maneira que imaginei, então está acabando. um natimorto, por assim dizer. vou continuar despachando onde sempre despachei, de todo modo. até.

domingo, 27 de março de 2011

registrando aka
retrato alheio

cheguei aqui sem câmera. vi uma linda e barateza na escala em amsterdã e pensei: nãã, depois eu acho outra mais barata. claro que não achei e estou sem até agora, por isso as fotos de qualidade duvidosa do celular e a não vontade de montar álbuns decentes por enquanto.

faz falta, mas até que não é o maior dos incômodos. principalmente porque o que mais tem são turistas, gente posando pra foto, gente tirando foto de monumento, foto na ponte, foto, foto, foto. e me irrita um pouco isso de "fotografo, logo existo". pra quê tirar foto meia boca de um monumento, por exemplo? o google images tem todas elas, as boas e as ruins.

é mais ou menos a lógica de fazer um vídeo da sua música favorita num show. pagou caro, demorou pra chegar, esperou por aquele momento específico todo o show, sempre correndo o risco de não ser contemplado na loteria do setlist, mas finalmente chegou a hora. a sua música do coração ao vivo e você lá, braços em riste fazendo um vídeo ruim, que geralmente não faz jus ao som do momento, só pra ter um registro do momento mais especial que você não aproveitou plenamente porque estava... tentando fazer um vídeo.

por isso, minha meta é aparecer em quantas fotos turísticas eu puder, um photobomber ambulante. quem sabe assim um dia eu não me encontro nalgum flickr alheio (como já aconteceu outra vez) e dou aquela mãozinha pras fotos meia boca do pessoal?
bar de estimação número 1 aka
mucha lucha

é bem simples. andando em busca de uma cerveja e tendo como critério único o preço, acabamos entrando nesse bar que, aparentemente, não era muito diferente de qualquer outro e tinha pints a três euros na hora feliz, que vai até às 22h.

uma vez lá dentro, tudo muda. o la lucha libre faz jus ao nome e é coalhado daquelas máscaras bizarras que se usa nesse tipo de luta mexicana. a referência ocupa todo o bar: pôsteres, tevês, bibelôs. e diz que acontecem lutas mesmo no subsolo.

o banheiro é um capítulo à parte. no masculino, muitas pin-ups recortadas de revistas nas paredes e tem esse cara meio big brother acompanhando sua urina. thumbs up

rabiscar banheiro é coisa de quem precisa de canetão pra compensar o piruzinho


1984
pela rua aka
peculiaridades

posto de gasolina praticamente não há, é só assim, um par de bombas no meio do nada


que festiva, não?


perdeu a bolsa que tinha a vida e tudo mais dentro


ilha do medo: é só subir no barco que o di caprio fica meio enjoado

sábado, 12 de março de 2011

em versailles aka
realeza é outra coisa

espelhos, muitos espelhos

faxineiras de motel, tremei: sente o drama da dobradura do guardanapo

sapos boquiabertos dando indícios de confirmação daquela lenda esquisita de que mulheres não podem andar na praia naqueles dias

no inverno, boa parte das estátuas ficam... cobertas :(

sábado, 5 de março de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

gente seca aka
pão, pão; queijo, queijo

os franceses adoram se reproduzir, coisa que logo se percebe pela quantidade de crianças pelas ruas, pelo tráfego intenso de carrinhos de bebê e quetais. já a simpatia deles tem fama internacional pela sua docilidade tão particular.

um exemplo? você vê uma criança bonitinha, ela sorri pra você, você faz aquela cara de que voltou um passo na escala evolutiva e fica abobalhado por aquela coisa tão simpática acomodada no carrinho, pensando como deve ser crescer no frio etc. e tal.

voltando o olhar mais pra cima, lá está o pai ou a mãe. em terra brasilis não é difícil encontrar outro sorriso, engatar uma conversa, "tem quantos anos?", "que fofo!", "manda beijo!", "dá tchauzinho!" e assim por diante. cá, eles te fuzilam com olhar, como se dissessem "tira o olho do meu filho, seu sequestrador de criancinhas", e seguem seu rumo aparentemente emburrado.

fazendo um link meio obtuso, é mais ou menos o que ilustra a imagem abaixo. pensou em creche, pensou em quê? reproduções deformadas dos personagens da disney, mãozinhas de criança na fachada do estabelecimento, cores, muitas cores e assim por diante. pois aqui perto de casa tem essa creche, libélula e borboleta, com uma indicação tão lúdica quando a de um consultório psiquiátrico:


pragmatismo é a palavra.