número um aka
de volta à infância
nestes dez dias aqui, meu maior problema cotidiano tem sido o bom e velho mijar. nesse tempo ainda não deu pra me familiarizar com os banheiros públicos e os estabelecimentos têm uma certa regra tácita.
se você pega alguma coisa de comer pra levar (à emporter), por exemplo, paga mais barato, mas não se instala. ou seja, nada de banheiro. e se você simplesmente entra num lugar e pede pra usar o banheiro, corre o risco de levar uma patada daquelas gratuitamente, típica dos franceses, além de continuar sem nenhuma perspectiva de tirar a água do joelho.
no quesito banheiros públicos, hoje me deparei com uma cabine altamente tecnológica, mas nada que a impedisse de ser também altamente fedida. você aperta um botão, a porta se abre e você tem 2'20", se não me engano. existe um outro botão que aciona uma voz feminina do além, que te dá orientações com voz de aeroporto sobre quanto tempo você tem pra fazer suas necessidades ali, como faz pra usar a pia, pegar sabão e coisas do tipo. depois de sair, ele faz uma autolavagem e você escuta alguns chuás lá dentro. tudo certo e gratuito.
mesmo assim, esse banheiro dos jetsons só encontrei nas regiões mais centrais. me lembro do banheiro de alguns parques, que era aquele buraco no chão, que faz percorrer um frio na espinha só de imaginar a situação deplorável do cagar suspenso.
resumo da ópera: dia sim, dia também chego em casa correndo, com medo de sucumbir às investidas da minha bexiga. o corpo também não ajuda em nada. basta chegar perto do lar que ele fica à vontade, ignorando completamente o fato de que, sim, você está em casa, mas não, ainda não está diante da privada, ainda faltam algumas portas e interruptores até chegar lá. nessas voa a bolsa prum lado, sacolas pra outro e paletós e casacos vão embora como dá, já que essas coisas não combinam muito com latrina -- e não estou falando de uma questão estética.